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Endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica benigna. Segundo estudos recentes, a endometriose atinge aproximadamente 12% das mulheres em idade reprodutiva. Só em nosso país há cerca de 6 milhões de portadoras.
Possui como uma de suas mais marcantes características um caráter evolutivo, ou seja, começa com lesões superficiais, facilmente tratáveis, e evolui até atingir quadros graves como acontece na endometriose profunda intestinal, quando o tratamento torna-se bem mais complexo. É essencial, portanto, que o diagnóstico seja feito o mais precoce possível. Infelizmente, ocorre em todo o planeta, um intervalo médio de tempo, desde os primeiros sintomas até o diagnóstico, de aproximadamente 7 anos.
Afirma-se, frequentemente, que endometriose não tem cura. Entretanto, quando uma mulher é tratada, seja por meio de medicamentos ou por laparoscopia, e as lesões são todas removidas, podemos dizer que ela está completamente curada. O que causa esta confusão é o fato de que uma vez com endometriose, existe marcante propensão a torná-la novamente, o que fatalmente acontece caso a mulher continue a menstruar como antes, sem medicações. Com tratamento adequado a doença dificilmente retorna.
A segunda informação que merece ser revista é a impressão comum de que raras mulheres com endometriose conseguem engravidar. Estudos recentes apontam que cerca de 60% das mulheres afetadas conseguem engravidar sem dificuldade. Os 40% restantes, de fato, deverão passar por tratamento, seja por meio de videolaparoscopia ou técnicas de reprodução assistida como a fertilização in vitro.
Quando se opta pelo tratamento clínico temos disponíveis métodos hormonais como pílulas combinadas, que associam estrógeno e progesterona, ou as pílulas de progestogênio. Outras opções são os injetáveis, adesivos, anel vaginal ou o DIU liberador de levonorgestrel. Os análogos de GnRH são também opções importantes para o tratamento da endometriose intestinal mas devem ser utilizados por curto período devido a efeitos colaterais.
A causa da endometriose ainda permanece desconhecida. Entretanto existem diversas teorias que procuram explicar a origem das lesões endometriais dispersas que ocorrem em mulheres com endometriose. As teorias são: menstruação retrógrada, metaplasia celíaca e disseminação linfática/hematogênica.